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13/08/2013ㅤ Publicado às 13:46

A importante questão da viabilização pós-Copa 2014 das magníficas arenas é levantada na mídia com frequência, infelizmente nem sempre com a seriedade que requer. Por exemplo, no caso da Arena Pantanal ainda tem gente por esse Brasil afora que não engoliu Cuiabá como uma das sedes da Copa e utiliza o assunto para descredenciar a escolha da capital mato-grossense pela FIFA. Suponho até que alguns cronistas de renome nacional tinham compromisso com outras cidades pretendentes à sede perdida para Cuiabá, logo Cuiabá tão pacata, tão distante, tão impossível. Contudo o assunto é importante para todas as sedes.

Só com o público das arquibancadas o futebol brasileiro não resolverá o problema das maravilhosas arenas, uma questão que a meu ver só será resolvida quando o conceito das arenas se livrar da ideia dos antigos estádios de futebol. As novas arenas multifuncionais que se instalam hoje pelo mundo vão além e não podem ser confundidas com os antigos estádios. Trata-se de um novo tipo de edifício, resultante de um programa de necessidades novo, gerado a partir de demandas e possibilidades técnicas do mundo moderno, da internet, da fibra ótica e da TV via satélite. A arena moderna é filha do tempo atual, irmã das lan houses e tablets, assim como o anfiteatro romano, os aeroportos e shoppings centers foram novidades cada qual em sua época. As atuais arenas são complexas plataformas midiáticas globais para eventos que extrapolam o interesse local, podendo chegar ao nível da audiência planetária, como os casos de uma Copa do Mundo ou Olimpíada, ou um show do Rolling Stones. Sua viabilidade está em plateias nacionais e até mundiais possibilitadas pela TV e internet através de direitos de transmissão e publicidade, não mais pela antiga bilheteria local.

Para administrar um equipamento tão complexo não bastará a nomeação de um gerente para acender e apagar as luzes antes e depois dos jogos. É evidente que será preciso uma estrutura especializada para sua gestão e no caso da Arena Pantanal talvez até em conjunto com o Ginásio Aecim Tocantins, um complexo de investimentos bilionário. Sua estrutura de gestão deve trabalhar tendo como pano de fundo as potencialidades atrativas diferenciadas do Pantanal, Amazônia e cerrado, da Chapada e do Araguaia, do centro da América do Sul e do celeiro mundial de alimentos que é Mato Grosso, correndo o Brasil e o mundo propondo projetos e disputando com as outras arenas a agenda internacional de eventos esportivos, culturais e de negócios, com um ano ou dois de antecedência. Justo por ser a menor delas, a Arena Pantanal terá custos vantajosos em relação às suas coirmãs do Brasil.

Já finalizando suas obras, Mato Grosso terá o privilégio de uma dessas estruturas fantásticas, a ser pensada como poderosa ferramenta de estado para promoção de desenvolvimento regional. O mundo hoje é midiático, globalizado e plano. Só é periferia quem quer. Quem não estiver na vitrine global, não existe, fica para trás, morre. As arenas estão sendo inventadas e construídas para colocar um país, uma cidade ou região aos olhos do mundo, fazendo seu marketing, mostrando aquilo que tem para oferecer ao planeta. Será preciso aprender a pilotar essa nave galáctica que pousou em Cuiabá aproveitando as experiências semelhantes já existentes pelo mundo e as que começam a acontecer no Brasil. Nada de elefantes brancos! Na verdade Mato Grosso terá à sua disposição a força de um elefante dourado para impulsioná-lo ainda mais em sua integração produtiva com o planeta, levando suas potencialidades, produtos e belezas naturais aos olhos globais, gerando emprego, renda e qualidade de vida para sua população. Grandeza de visão e competência gestora são os próximos desafios.

*JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS, arquiteto e urbanista, é professor universitário 

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