Ícone SICCAU
SICCAU Serviços Online

05/08/2013ㅤ Publicado às 17:20

Cidade que vai abrigar encontro em 2016 tem prédios de estilos gótico, barroco e renascentista

Da beira-mar de Copacabana para as margens do Rio Vístula. De um Rio de Janeiro extenso, de mais de 1,2 mil quilômetros quadrados, para os 327 quilômetros da Cracóvia. Os peregrinos que participarem da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), daqui a três anos, vão entrar quase que em outro mundo arquitetônico. Enquanto aqui predomina a paisagem natural pontuada por uma arquitetura ora eclética, ora neoclássica, ora art-decó, por lá, chamam a atenção belezas construídas pelo homem na Idade Média e no século XIX.

A chamada Cidade Velha da Cracóvia teve seu traçado desenhado em 1257. E foi justamente a preservação do plano medieval original, e dos monumentos e obras de arte em seu entorno, que garantiu à cidade sua inclusão, em 1978, na lista do Patrimônio Mundial da Unesco. São simplesmente mais de seis mil prédios históricos só nesta área.

— O que impressiona na Cracóvia é o arruamento octogonal, ou seja, a divisão em quarteirões, que é algo que não existia nos tempos medievais — avalia o urbanista Carlos Fernando Andrade, ex-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), lembrando que como todas as cidades medievais, a Cracóvia tem em seu centro uma grande Praça do Mercado.

Ali, no pedaço mais conhecido da segunda maior cidade polonesa, os prédios apresentam uma mistura de estilos: os mais evidentes são o gótico em igrejas, como a Basílica de Santa Maria, e os inspirados no Renascimento italiano. O castelo de Wawel, por exemplo, que data da Idade Média e originalmente tinha traços góticos, passou por uma grande reforma, a partir de 1500, ganhando características típicas do Renascimento, como o imponente pátio e suas arcadas. Mas a cidade tem ainda exemplares barrocos, neoclássicos e todos os estilos que imperaram na Europa desde o fim do século XVIII: historicismo, ecletismo, art-decó. Um bom exemplo da arquitetura neogótica é o Collegium Novum da Universidade Jagelloniana, enquanto da neobarroca o destaque é o Teatro Juliusz Słowacki.

Na Rua Floriánska, uma das principais da Cidade Velha, que já foi rota de passagem para os reis que habitavam Wawel, é comum os proprietários dos prédios fazerem modificações de suas fachadas a seu bel-prazer, criando um divertido mosaico de estilos nem sempre definidos, cores e gostos.

— A cidade não ficou estagnada depois do Renascimento. Bairros e subúrbios se formaram em seu entorno e novos edifícios foram construídos e reformados ao longo dos séculos, sempre reconhecendo o espaço urbano existente. Essa preservação de várias camadas históricas cria uma identidade cultural — analisa o arquiteto Gustavo Rocha-Peixoto, professor de história da arquitetura da UFRJ. — O resultado é que, apesar da diversidade arquitetônica, o conjunto urbano tem harmonia.

Além da harmonia, a maneira como os prédios foram sendo construídos e reformados ao longo do tempo acabou por criar ruas pitorescas, especialmente próximo à Cidade Velha. Entre elas está a Retoryka, que, nos últimos anos do século XIX, ganhou uma série de casas construídas pelo arquiteto Teodor Talowski. De arquitetura neogótica e cheias de elementos ornamentais, as construções fizeram com que seu autor ficasse conhecido como o Gaudí polonês. Mas o que mais chama atenção são os divertidos nomes criados por ele como “Casa do sapo cantor” e “Pense grande”.

Incólume até à Segunda Guerra

É também em prédios oitocentistas, embora de outros estilos, que mora a maior parte da população da Cracóvia. Mas, a cidade, como qualquer grande centro urbano do mundo, também tem prédios mais recentes como lembra Marceli Minc, primeiro conselheiro da embaixada da Polônia no Brasil:

— Há alguns bons exemplos dos séculos XX e XXI, como o Museu da Ciência e da Técnica japonesa chamado Manggha. É natural se pensar no centro histórico, mas a cidade é um grande centro industrial, acadêmico e cultural.

Exemplo disso é que durante a renovação da Praça do Mercado, entre 2005 e 2006, foram descobertos pavimentos e artefatos da Idade Média, que deram origem a um novo museu: o Rynek Underground. Nada mais natural para a cidade que tem como maior característica preservar seus muitos anos de história. Nem mesmo a Segunda Guerra Mundial, tão devastadora, deixou marcas naquela área. Todos os monumentos mantiveram-se intactos.

Fonte: O Globo

 

DEIXE UM COMENTÁRIO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Destaques

01/08/2018

Arquiteto ou decorador? Entenda as diferenças

Notícias

24/07/2018

Aprovação de projetos mais rápida; participe de palestra dia 27 e informe-se

Destaques

18/07/2018

CAU/MT fiscaliza obras em 24 municípios no primeiro semestre

Destaques

09/07/2018

Conselho de Arquitetura fiscaliza condomínios horizontais em Cuiabá