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21/08/2024ㅤ Publicado às 15:30

Observo e sinto “na pele” que as diversas praças públicas construídas são inadequadas para atividades como um simples bate papo, principal e mais barato lazer diário entre os idosos.

A população idosa no Brasil aumentou significativamente entre os anos censitários de 2010 e 2022, constatando-se o envelhecimento da população. Com idade igual ou superior a 60 anos, em 2022 era 15,6% da população (acréscimo de 56,0% em relação a 2010). Já a faixa até 14 anos são 19,8% da população (queda de 12,6%). Essas informações nos levam a repensar conceitos na área de urbanismo, em especial as atividades de lazer em praças públicas.

Nos bairros, quando há praças urbanizadas, frequentáveis, não há recantos propícios à convivência. A arborização é ausente ou inadequada, bancos também ausentes ou desconfortáveis e com disposição em fileiras que dificultam o entrosamento. São praças com academias de ginástica, quadras esportivas, parque infantis ou para pets. Nada contra, mas sou favorável também à existência de espaços de convivência, agradáveis, arborizados, com recantos atrativos e confortáveis para a reunião de pessoas de todas as idades e dificuldades.

Adultos, idosos, do centro ou da periferia, gostam de trocar ideias com amigos, trocar suas experiências, em piquenique, um tereré ou mesmo uma cervejinha na praça. Para muitos, o convívio que lhes resta são as reuniões de família, em templos religiosos, onde se sentem seguros mesmo indo sós, ou em bares e restaurantes quando levados por familiares, ou outras atividades monitoradas.

Para manter a sanidade física e mental é necessário o convívio social para rir, chorar, falar sobre os problemas, as alegrias, as dores e os remédios, isso é fundamental.

As praças ditas “revitalizadas” de Cuiabá, possuem movimentação a partir das feirinhas semanais, o que é ótimo. Mas o ideal é que reuniões de amigos possam acontecer diariamente conforme a disponibilidade de cada um.

As praças de bairros atrativas proporcionam movimentação e vida ao local, o que acaba por influenciar também na segurança pública.

Para o bem estar do cidadão, em especial dos idosos, é preciso incorporar o conceito de “praça como local de encontro, de convivência e de recreação”. Praças que aproximem e reúnam pessoas por motivos culturais, econômicos, políticos ou sociais, servindo como espaço de inclusão, integração e sociabilidade na vida urbana. Praça onde possamos espichar as pernas e mesmo os olhos, uma vez que os muros das casas estão cada dia mais próximos.

 

Jandira Maria Pedrollo, arquiteta e urbanista, foi Diretora de Pesquisa e Informação do Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá, Assessora técnica do CAU/MT e Diretora de Planejamento da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá.  jandirarq@gmail.com.

 

 

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