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10/09/2024ㅤ Publicado às 11:14

Evento contou com palestras e visita técnica pelo Centro Histórico e Memória – Projeto de Iniciação Científica

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU/MT) foi representado pela Conselheira estadual, Carmelina Suquere de Moraes, e pela Supervisora de Atendimento do CAU/MT Daiane Passos Limas durante o III Seminário Nacional de Formação, Atribuições e Atuação Profissional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). O evento foi realizado nos dias 5 e 6 de setembro, no estado do Espírito Santo.

Promovido pelo CAU/BR, com apoio do CAU/ES, a abertura do evento, no dia 5, contou com palestra magna sobre os parâmetros da qualidade no ensino superior, ministrada pela doutora em Educação, Maria Isabel Cunha.

Realizado no Centro de Convenções de Vitória, o seminário contou com a participação da presidente do CAU/BR, Patricia Sarquis Herden; do coordenador em exercício da Comissão de Ensino e Formação da autarquia federal, Carlos Eduardo Mesquita Pedone, e da presidente do CAU/ES, Priscila Ceolin. Também presentes o presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (Abea), Carlos Eduardo Nunes Ferreira, e a diretora da Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (Fenea), Lizandra da Silva.

Na palestra, Maria Isabel Cunha expôs a pesquisa realizada no estado do Rio Grande do Sul sobre questões referentes à qualidade do ensino de graduação dos cursos de Arquitetura e Urbanismo. O objetivo foi desenvolver argumentos para subsidiar discussões e proposições na intenção de uma formação para o exercício da profissão, que cumpra com as exigências legais e assuma a responsabilidade com a qualidade da formação profissional.

Segundo a doutora, os indutores de qualidade que foram identificados nos cursos de Arquitetura e Urbanismo perpassam desde a formação de um profissional com capacidade reflexiva e interpretativa do seu campo de atuação num contexto civilizatório até a articulação do ensino com a pesquisa, favorecendo o desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais de leitura de seu campo de atuação e os desafios que dele decorrem.

Outro parâmetro de qualidade observado é o desenvolvimento de habilidades de trabalho coletivo, fator que promove relações interdisciplinares no espaço do currículo e das práticas pedagógicas.

Para Cunha, a pesquisa realizada no estado gaúcho revela um cenário oportuno para que o CAU/RS protagonize a formação de uma Comissão Permanente de Acompanhamento e Avaliação dos Cursos, que se responsabilize pelo processo e organização do sistema de avaliação, bem como pela aplicação, análise e interpretação dos resultados.

“A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional não define claramente o que seria o padrão de qualidade, ainda que seus dispositivos apontem desdobramentos que revelam concepções e valores. Nesse sentido, o processo de avaliação que pode ser desenvolvido pelo Conselho precisa ser compreendido pela comunidade acadêmica como uma ação de ajuda e apoio, que objetiva a valorização da profissão”, afirma.

A lei, sancionada em 1996 pela Presidência da República, diz apenas que a educação deve garantir o padrão de qualidade, indicando uma preocupação de que esse atributo acompanhe a oferta dos serviços educacionais. Nesse contexto, a palestrante aponta que uma das formas de promover na prática a qualidade dentro dos cursos é por meio da articulação do ensino com a pesquisa e a extensão como princípio básico dos processos de ensinar e aprender.

“A prática é sim fundamental, mas não podemos cair no ‘praticismo’. Vivemos em um mundo de muitas mudanças e estamos formando alunos em diversas profissões, mas não sabemos o que estarão fazendo daqui 10 anos. Então, o conhecimento que parece muito válido hoje talvez seja ressignificado a partir de outras perspectivas no futuro”, observa.

A presidente do CAU/BR reforçou a importância do debate sobre o assunto, que promove um olhar mais consciente para o futuro. “É justamente sobre futuro que devemos nos debruçar, visto que o país que está invertendo a pirâmide etária que já foi muito grande na base. A qualidade do ensino começa no mestre que quer partilhar e, nesse intercâmbio entre juventudes e mestres, é que construímos o Brasil tão diverso”, afirma.

A formulação de práticas pedagógicas que favoreçam a familiarização com as linguagens tecnológicas e seus impactos nas formas de produção do conhecimento também é recomendado pela pesquisa, assim como que estimulem trabalhos de conclusão de curso significativos e valorizados como produção integradora da formação, assumam a flexibilização dos tempos e lugares de formação e que estimulem o contato com conhecimentos diversos.

Em relação aos currículos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo das instituições superiores de ensino, uma das recomendações é que estes busquem superar a tradicional organização de conhecimento numa estrutura rígida e disciplinar e que ofertem atividades curriculares optativas que ampliem a base cultural da formação.

O Seminário contou ainda com uma visita técnica ao Centro Histórico e Memória – Projeto de Iniciação Científica. O foco foi promover a troca de experiências sobre patrimônio e educação.

Conduzida pelo arquiteto e urbanista João Sayd, a visita apresentou projetos de pesquisa e extensão em educação patrimonial do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Salesiano (Unisales), levando os participantes a explorarem o centro histórico da cidade.

Laura Resende, comunicação CAU/MT (Com CAU/BR)

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