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13/06/2019ㅤ Publicado às 17:01

O campo da arquitetura e urbanismo é um dos mercados que mais evoluem ao longo do crescimento tecnológico. É assim com o maquinário pesado usado a construção civil, com os materiais de obra e também com as ferramentas na elaboração do projeto. Recentemente, essa evolução está relacionada à tecnologia BIM.

Building Information Modeling – BIM, trata-se de um método de trabalho que reúne, por meio de ferramentas digitais, todas as informações que dizem respeito à construção de um edifício. Para esclarecer questões relacionadas a esse novo método, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso, conversou com o arquiteto e urbanista e pós-graduando em Master Bim, Jefferson Mariano Sandrin. Confira a entrevista:

arquiteto e urbanista e pós-graduado em Master Bim, Jefferson Mariano Sandrin

Arquiteto e urbanista e pós-graduando em Master Bim, Jefferson Mariano Sandrin. Fotografia: Arquivo Pessoal.

A quanto tempo você usa a plataforma BIM?

O meu primeiro contato com a plataforma BIM foi em 2014 na Irlanda enquanto fazia um intercâmbio acadêmico através do programa de graduação sanduíche do governo federal “Ciência Sem Fronteiras”. A partir desse momento eu venho utilizando a plataforma e os programas “conversam” na linguagem do BIM.

Qual sua experiência com a ferramenta?

Não tenho do que reclamar dos softwares que se utilizam da plataforma BIM. Eles realmente aumentaram o meu desempenho e o desempenho dos meus parceiros e colegas de trabalho. Através desta ferramenta conseguimos prever incompatibilizações no projeto, além de criar um protótipo da edificação que será construída.

Quais as áreas de atuação do BIM?

Hoje podemos encontrar o BIM em diversas áreas de atuação. A exemplo disso podemos citar os países nórdicos, onde o BIM hoje é utilizado no setor ferroviário, no setor industrial, na construção civil, e entre outros. Temos relatos de empresas de aviação que investem nesta tecnologia com o objetivo de parametrizar os componentes que estão presentes em um avião por exemplo. O grande foco do BIM, aqui no Brasil, hoje está voltado para o setor da construção civil.

Quais os softwares mais utilizados sobre BIM?

Ferramentas BIM para projetos de arquitetura e engenharia:

– Autodesk Revit (arquitetura e engenharia)
– Graphisoft Archicad (arquitetura e engenharia)
– Nemetschek Allplan (arquitetura e engenharia)
– Bentley AECOSim (arquitetura e engenharia)
– StruBIM, Cypetherm e Cypelux (estrutural, HVAC e luminotécnico)
– AltoQi QiBuilder e Eberick (instalações e estrutural)
– SOFiSTiK (estrutural)
– TQS (estrutural)
– Tekla (estrutural)

Ferramentas BIM para análise de interferências geométricas, parâmetros e normas:

– Autodesk Navisworks
– Tekla BIMSight
– Solibri

Quais os diferenciais do BIM?

Podemos considerar o BIM como uma de nossas ferramentas para a criação e gestão de projetos, podendo ser eles de engenharia como também de arquitetura. No entanto, dizer que ele é apenas uma ferramenta, não define com totalidade o seu conceito. O BIM vai além ao inovar na tecnologia de produção de projetos, essa ferramenta na verdade propõe a evolução dos processos na concepção de um projeto.

Essa tecnologia aumenta a eficiência dos escritórios de Arquitetura e Urbanismo?

Sem dúvidas, mas é preciso mudar o workflow de como projetamos dentro do nosso escritório. No workflow tradicional a entrega do produto final consiste em desenhos 2D. Neste modelo o processo de produção é sequencial, ou seja, você precisa produzir a planta para fazer o corte, para poder pensar na fachada, e consequentemente fazer análises mais profundas sobre o projeto.

A tecnologia valoriza o trabalho de arquitetos e urbanistas?

A agenda de produção fica totalmente amarrada aos pagamentos por etapas do projeto e a documentação só pode ser produzida à medida que os desenhos são feitos. No workflow do processo de produção com ferramentas BIM, o processo não é sequencial devido ao fato que essas ferramentas permitem automatizar os processos. Desenhos 2D são gerados de forma automática, assim como detalhes, análises, documentação, fabricação, logística de construção, operação e manutenção, custos da obra, e toda e qualquer informação que precise ser inserida no projeto.

A tecnologia traz economia às obras?

As grandes e oportunidades para obter reduções de custos e definir racionalizações estão no início do processo. Os esforços devem estar concentrados na concepção do projeto, nas pesquisas e desenvolvimentos de soluções construtivas. Ao implantar o workflow do BIM, numa situação ideal, a obra iniciará com a maioria das interferências já resolvidas dentro do escritório, na parte de concepção do projeto. Portanto, os esforços deverão estar concentrados na gestão de suprimentos, prazos de cronograma, gestão de canteiro de obras, etc.

O arquiteto e urbanista Jefferson Mariano Sandrin, lançará no dia 20 de junho um ebook gratuito intitulado “7 dicas para turbinar seu desempenho ao projetar”. No material será abordado o uso da tecnologia na hora de projetar. O ebook estará disponível para download no site www.jeffersonsandrin.com.br.

Giovanna Fermam, Comunicação CAU/MT

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